quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ABAIXO À 'TPM'

A TPM tem sido usada sistematicamente pra desqualificar comportamentos femininos 'indesejáveis'. Se indignar, ser sincera, responder á altura, se isolar, esses a tantos outros quando manifestados diante de alguma situação são sempre seguidos pela pergunta: - Vc tá na TPM? Colocar um estado fisiológico transitório como explicação para um comportamento feminino é uma forma sim de tirar a autenticidade do que é dito ou feito pela mulher nessas situações. " Ah não ligue não, ela tá na TPM" ou, pior a própria mulher diz isso. Na TPM ou não somos responsáveis pelas nossas opiniões e comportamentos, responder a uma ofensa de maneira controlada ou não faz parte do exercício de autonomia. Não podemos permitir que nosso posicionamento seja banalizado como fruto de um estado fisiológico, que subliminarmente se coloque que não temos um discurso próprio, que este é uma mera consequencia da 'TPM'. Esse não é só um comportamento do homem quando questionado ou se sua insegurança está à mostra, tem sido usado por mulheres para 'não criar muito conflito', como ouvi de uma. Numa discussão com um amigoqu me disse coisas ofensivas, respondi como achei que devia, num tom baixo,mas cheio de ironia devolvendo a ofensa. Um amigo presente me perguntou: Vc tá na TPM? Ora, Quem ofendeu primeiro? Pq que ele não perguntou ao outro se ele tava nervoso? Me pediu que relevasse, como se o que eu disse não tivesse sentido nenhum por que para ele supostamente eu estava na tal da TPM... Resumindo não temos opnião, temos TPM?

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desagravo à Tristeza

Inspirado num poeminha de Paula Gonzaga Essa senhora tem sido sistematicamente atacada, desqualificada, mali nterpretada. Numa ditadura da felicidade ( o que é isso?!) que glorifica o riso, a fortaleza a força de vontade. Coisas tão caras e vitais, e tão banalizadas, postas como facilmente alcancavéis pela medicalização da vida. As pessoas te perguntam: e aí td bem? mas não é para vc responder, é para vc dizer : td! É o que elas querem ouvir e a pergunta tão essencial se encerra na resposta vazia. Ninguém quer ouvir como vc sente de verdade, dá trabalho : Aff lá vem fulano com essa história de 'de onde vim?... para onde vou?...' Estimular o ser inabalável, louvar quem dá a volta por cima, ao invés de compreender a dor como estrutural e estruturante, não seria mais uma estratégia de dizer simbolicamente, a la banda eva: "então não me conte seus problemaaaaas"? Se queremos um veneno anti -monotonia, algum remédio que nos dê alegria, como saber lidar com a dor do outro? Aí vem algo rasteiro: minimizar as queixas alheias. Se o indivíduo conta algo mto doloroso: ele está exagerando! se conta que deu beliscão em azulejo diante da dor: ele quer se aparecer! D. Tristeza nossa humana demasiadamente humana conhecida, entre quando quiser e só fique o necessário.